sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Tendo em conta que nada tem em conta o que nós somos, sei que o que quero és tu, e mais ninguém. Falamos de farsas ignóbeis e totalmente confiantes, um dia vamos ganhar a confiança um do outro. Começo este post desta maneira, porque apesar de já ter um post em vista achei que ficava bem esta frase. Apesar do resto do post não ter nada a ver. Ontem fui ao segundo funeral da minha vida. Um funeral cristão como é óbvio, e achei o teatro tão deprimente como qualquer um acharia, mas não pelas mesmas razões. A Religião cristã. mais uma hipocrisia criada no tempo dos santos mais pecadores que eu tu ou o outro, leva-nos a querer até ao fim da nossa vida, que isto é apenas uma paragem, semi inútil, e que a morte é que nos levará no caminho certo, portanto que não devemos temer a morte, e que devemos recebê-la de braços abertos. Isto tudo em teoria. Na hipótese mais prática e próxima da morte consciente que qualquer um de nós alguma vez iremos estar - um funeral - dizem-nos para chorar o defunto, pois ele merece as nossas lágrimas para chegar ao bendito descanso eterno que, supostamente, será a melhor parte de toda esta viagem. No entanto, isto é uma ocasião triste. Porque não celebrá-la como muitos outros povos? Eu insisto em celebrá-la. Teve uma boa vida, confortamos nós. Sabendo que se fosse connosco, a vida não seria a mesma. Iríamos chorar o mesmo, por outra pessoa que a nós mais se chegou. Não merecemos ter esta vida para a gastar a chorar. Odeio a morte. Mas odeio ainda mais quem odeia a morte.

1 Comments:

At fevereiro 14, 2005 7:04 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Reacção espontanea à situação imrevisivel e temivél, acima de tudo, por nós que ainda não falecemos, e só por acaso nao sabemos se isso é de facto BOM, a morte. Muita gente chora porque pensa - eu não fui como devia ser, não a tratei bem, não cuidei dela, e ela morreu em desgosto - so what? Todos nós cometemos erros - alguns fatais - emesmo assim vamos ter o mesmo final. E eu que detesto falar da morte...toda a gente fala da morte - mas ninguem sabe, rigorosamente nada.

 

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